Um grupo de mulheres de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, denunciou uma cabeleireira que estaria aplicando golpes por meio da venda de mega-hairs e outros serviços de beleza que nunca foram cumpridos. A profissional, conhecida nas redes sociais como Adrielle - Soluções Capilares, atraiu mais de 30 clientes, que alegam terem pago antecipadamente por tratamentos promíssimos e não receberem nada em troca.

As mulheres relataram que Adrielle oferece pacotes de serviços a preços bem abaixo do mercado e utiliza um procedimento denominado ‘Alisamento Queen’, que teve ótimos resultados em nenhuma das aplicações. Após o pagamento, a cabeleireira alega falta de produtos e desaparece, deixando as clientes sem qualquer retorno.

Uma das vítimas, que optou por se manter anônima, afirmou: “Ela já atendeu em locais como o Atakarejo, no Shopping do Chapéu e até próximo ao Motel Kamasary, sempre mudando de endereço para evitar as cobranças.”

Bruna Gois, outra vítima, relatou que aguarda há quase um ano a devolução de R$1390, gastos em um tratamento que nunca foi realizado. “Tentei contato, mas o salão estava fechado; sempre que procurava por ela, recebia desculpas.”

Tratos Com Ironia

Além do calote, as mulheres destacam a postura debochada da cabeleireira ao lidarem com as denúncias. Maria Beatriz Moreira afirmou que, após comprar dois pacotes de R$500, ela está sendo ignorada completamente. “Fiz a compra em março e só recebi R$150 de volta. Quando a cobrei, a resposta foi que a justiça não adiantava nada,” contou.

Outra situação digna de nota aconteceu quando Bruna encontrou Adrielle na rua e a abordou sobre a devolução da quantia devida, recebendo como resposta uma ironia: “Eu não tenho obrigação de pagar nada!"

Desdobramentos Legais

As vítimas decidiram agir e formalizar denuncias na Polícia Civil, e o caso agora está sendo investigado pela 18ª Delegacia Territorial de Camaçari. A delegada Danielle Monteiro já convocou Adrielle e seu esposo, que também é acusado de envolvimento, a se pronunciarem sobre as acusações.

A expectativa é que um inquérito seja aberto para apurar o crime de estelionato e, se comprovadas as irregularidades, o caso seja encaminhado ao Ministério Público da Bahia. A delegada recomendou que as vítimas também busquem a via judicial para garantir seu ressarcimento.

Com mais de 30 mulheres unidas neste protesto contra o golpe, todas desejam que suas experiências sirvam de alerta para que outras mulheres não sejam enganadas como elas foram. “Ela continua a vender seus serviços normalmente e isso não é justo,” disse Beatriz. “A gente só quer recuperar nossa autoestima e o que é nosso,” completou uma das denunciantes, lamentando a situação em que se encontram.