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Governo Lula Aumenta Benefícios para a Classe Média: O Que Esperar a Seguir?

2025-03-25

Autor: Ana

O governo de Lula está intensificando seu foco nas classes médias, uma estratégia crucial para recuperar apoio eleitoral. Até o final de 2025, diversas medidas direcionadas a esse público estão previstas, com várias delas ainda em fase de elaboração.

Iniciativas Destacadas

Dentre as iniciativas destacadas, estão:

Crédito para Empreendedores

O programa Acredita já lançou os projetos Procred 360 e Desenrola Pequenos Negócios. A nova proposta é utilizar o recebimento via Pix como garantia para empréstimos, abrangendo microempreendedores individuais (MEIs) e pequenas empresas.

Nova Faixa do Minha Casa Minha Vida

Esta nova linha atenderá famílias com renda de até R$ 12 mil e que possuam imóveis avaliados em até R$ 500 mil, com recursos estimados em R$ 15 bilhões.

Crédito para Reformas

Uma nova linha de crédito voltada para pequenas reformas foi projetada, com uma expectativa de R$ 3 bilhões disponíveis para este fim.

Antecipação do 13º de Aposentados

Esta medida, ainda em estudo, é uma tentativa de aliviar a pressão financeira sobre os aposentados. No mês de fevereiro, o INSS liberou cerca de R$ 80 bilhões em benefícios.

Foco nas Classes Médias

Nos primeiros dois anos da gestão atual, o foco foi na base da pirâmide social, aumentando os recursos para os programas sociais, viabilizados pela PEC da Transição. Entretanto, desde o início deste ano, o governo intensificou esforços para fortalecer a classe médias, com o lançamento de programas como:

Pé-de-Meia

Um programa considerado pelo governo como a alternativa ao Bolsa Família, com uma previsão de orçamento de R$ 12 bilhões até 2025.

Liberação do FGTS

Os trabalhadores que optaram pelo saque aniversário nos últimos dois anos puderam injetar até R$ 12 bilhões na economia.

Crédito Consignado para o setor privado

A demanda atual é de R$ 50 bilhões, mas a oferta ainda está indefinida.

Reforma do Imposto de Renda

O governo estima uma renúncia de receita de R$ 27 bilhões com isenções para quem ganha até R$ 5 mil.

Impacto na Inflação

Essas injeções de recursos na economia — seja por meio de crédito ou benefícios diretos — podem impactar a inflação, já que a população aumentará seu consumo com a chegada de recursos extras. Contudo, há a preocupação de que se a oferta de produtos e serviços não acompanhar esse aumento na demanda, os preços poderão subir.

Algumas medidas, como a isenção do Imposto de Renda, ainda levarão tempo para mostrar os efeitos, com projeções que podem influenciar a inflação de 2026. Um relatório da consultoria MCM indica que essa isenção pode aumentar a inflação em 0,4 ponto percentual nos 12 meses subsequentes.

Desafios para o Governo

O aumento dos preços representa um desafio significativo para o governo Lula. Para controlar a inflação, já foram implementadas estratégias como a isenção de impostos sobre a importação de certos alimentos e recomendações para que os estados reduzam o ICMS, além de fortalecer os estoques reguladores. Os resultados dessas ações ainda não estão claros.

Com a inflação acima da meta estabelecida — de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de até 4,5% — o Banco Central enfrenta dificuldades para cortar as taxas de juros, especialmente com um hiato do produto positivo, o que indica que a economia está crescendo mais do que pode sustentar a longo prazo.

Efeitos da Isenção do IR

A isenção do IR pode, portanto, dificultar a redução das taxas de juros em 2026, contribuindo para a pressão inflacionária não acompanhada pelo aumento da produtividade.

Agenda Microeconômica

Diante de juros elevados e com pouco espaço para cortes, o governo paralelamente aposta em uma agenda microeconômica, buscando implementar medidas que possam baixar os juros para certos tipos de empréstimos. Um exemplo recente desse esforço foi a aprovação do marco das garantias, que possibilita que o fundo de previdência seja usado como garantia em financiamentos, reduzindo o custo do crédito.

Medidas em Tramitação

Além disso, há outras medidas em tramitação no Congresso que visam melhorar o mercado de crédito e que o governo pretende aprovar ainda este ano, como:

Lei de Infraestruturas do Mercado Financeiro

Lei de Resolução Bancária

Lei de Proteção ao Investidor

Lei da Desjudicialização

Essas iniciativas são vistas como fundamentais para a revitalização da economia e para proporcionar um ambiente mais seguro e acessível para investidores e consumidores, formando um ciclo positivo de crescimento.