Os títulos soberanos do governo americano devem apresentar retornos mais baixos em decorrência dos cortes de juros realizados pelo Federal Reserve, mas as oportunidades ainda são promissoras nos títulos de empresas, que poderão oferecer retornos na ordem de 5% em dólar. O mercado de ações dos EUA deverá permanecer aquecido, sendo a preferência do setor, enquanto a Ásia, especialmente China e Índia, desponta como uma aposta estratégica para ganho adicional. Na Europa, apenas pequenas e médias empresas atraem atenção.

Essas previsões são parte do relatório recente da UBS Wealth Management, uma gigante do setor com mais de US$ 3 trilhões sob gestão. Segundo o estudo, a inteligência artificial (IA), tecnologia avançada e energias renováveis são mencionadas como áreas promissoras para ações, prometendo crescimento substancial e retornos elevados no longo prazo.

Mark Haefele, CIO da UBS Wealth Management, destacou que a IA e a tecnologia apresentam características comuns. Setores como data centers, eletrificação industrial e veículos elétricos estão interligados e demandarão um aumento significativo em energias renováveis. Estima-se um crescimento substancial na demanda por energia para data centers de IA, resultando em preços de energia mais altos. É previsto que até 2030, a eletrificação da economia requererá investimentos anuais de US$ 3 trilhões, favorecendo empresas do setor de energia e de matérias-primas.

Quanto às ações fora dos EUA, a gestora aponta a China, Taiwan e Índia como as melhores escolhas. Taiwan se destaca por sua posição nas exportações de semicondutores, que são cruciais e difíceis de substituir, conferindo poder de precização. A Índia, com crescimento populacional favorável e um PIB crescente, avança no seu mercado interno. O cenário da China é considerado mais delicado, pois taxas mais altas podem afetar os produtos exportados para os EUA, levando a um desempenho superior de setores defensivos e de alto rendimento.

“Consideramos o mercado asiático atraente como um todo e estimamos que o índice MSCI Ásia (excluindo Japão) possa retornar cerca de 15% até o final de 2025”, conforme o relatório.

Na Europa, a UBS espera um crescimento econômico moderado e desigual, embora mais promissor do que em 2024. Países como Alemanha, Itália e França passarão por desafios, enquanto Espanha, Reino Unido e Suíça têm perspectivas mais otimistas. A expectativa é que o aumento do consumo da população, alinhado à diminuição da inflação e cortes de juros pelos bancos centrais, impulsione o crescimento.

O crescimento dos lucros na Europa é previsto como mais fraco em comparação com outras regiões do mundo. A projeção é de retornos totais de 6% para 2025, com foco em pequenas e médias empresas e aquelas com bons dividendos.

Ouro em Alta

O mercado do ouro alcançou novos recordes em 2024, com o preço da onça chegando a US$ 2.790, representando um aumento de 35% até o final de outubro. Com a expectativa de taxas de juros mais baixas, a crescente aversão ao risco geopolítico e a diversificação do portfólio em dólar, as compras de ouro devem continuar em alta, tanto por investidores individuais quanto por bancos centrais.

Na última década, bancos centrais compraram em média 325 toneladas de ouro por ano, e as projeções do UBS sugerem que até o final de 2024, esse número pode chegar a 900 toneladas. O terceiro trimestre deste ano viu as maiores entradas líquidas de ouro desde o início de 2022.

“Prevemos que os preços possam atingir novos máximos em 2025, impulsionados pelo aumento de investimentos em fundos negociados em bolsa”, afirma o relatório da gestora.

Perspectivas do Mercado Imobiliário

De acordo com Mark Haefele, as perspectivas para o mercado imobiliário em 2025 são promissoras. Ele afirma que “o mercado imobiliário global está se preparando para uma nova fase de crescimento, favorecido pela redução dos custos de capital, maior disponibilidade de crédito e a injeção de mais de US$ 400 bilhões em capital privado disponível para investimento.”

Apesar de uma queda significativa nas transações imobiliárias nos últimos anos devido aos altos custos de alavancagem, um ambiente de taxas de juros mais baixas e spreads de empréstimos mais estreitos deverá estimular a atividade no setor. Além disso, a movimentação em áreas como imóveis residenciais e comerciais é vista com grande otimismo.

Portanto, as apostas em IA, ouro e imóveis se destacam como as principais tendências de investimento no horizonte de 2025, apresentando oportunidades tentadoras e a promessa de retornos substanciais para os investidores que se posicionarem estrategicamente.