Crise no Maior Hospital de Fortaleza

O Instituto Dr. José Frota (IJF), o principal hospital de urgência e emergência de Fortaleza, está à beira de um colapso. Atualmente, a unidade carece de cerca de 350 técnicos de enfermagem, um déficit alarmante que impacta diretamente a qualidade dos serviços prestados.

Desafios na Saúde

De acordo com a superintendente do IJF, Dra. Riane Azevedo, essa falta de profissionais é considerada "o maior problema" do hospital, afetando não apenas o atendimento diário, mas também a possibilidade de reabertura de serviços que estão fechados devido à escassez de pessoal.

Leitos Fechados e Urgência em UTIs

Com 66 leitos atualmente fechados, a reabertura exigiria a contratação dos 350 técnicos de enfermagem mencionados, além de recursos para ampliar as salas de cirurgia e aumentar a capacidade de atendimento.

A urgência é ainda maior em setores críticos, como as UTIs, que estão constantemente lotadas, com pacientes em situações de risco necessitando de monitoramento intenso.

Fila de Espera Crescendo

Além da escassez de profissionais, o IJF enfrenta uma fila preocupante para exames. Atualmente, cerca de 17 mil pessoas aguardam por uma ressonância magnética e outras 12 mil esperam por tomografias.

A superintendente revelou que esforços estão sendo feitos para aumentar a capacidade de exames realizados, passando de 350 para 850 mensais, e, ainda assim, a demanda é imensa.

Medidas e Promessas

Em março deste ano, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou investimentos federais para viabilizar a reabertura de leitos no IJF, incluindo UTIs e enfermarias, uma medida que pode ser crucial para aliviar a pressão sobre a unidade.

Contratação e Reestruturação Necessária

Dra. Riane está atualmente pleiteando a ampliação do quadro de técnicos junto à Prefeitura de Fortaleza e afirma que "uma solução rápida deve ser anunciada em breve".

Enquanto isso, um concurso aberto fez com que 38 enfermeiros fossem contratados, mas o número ainda é insuficiente diante da magnitude da crise enfrentada.

A Sobrecarregar e Adoecer

Os profissionais da saúde no IJF têm sentido na pele o peso dessa defasagem. Relatos de atrasos salariais e adoecimento físico e mental devido à sobrecarga de trabalho são comuns. O departamento de enfermagem estima que para funcionar adequadamente, a unidade precisa de 782 enfermeiros e 1.698 técnicos, mas atualmente conta com apenas 493 e 1.112, respectivamente.

Essa realidade amarga impõe longas jornadas, baixos salários e ênfase na insustentabilidade, reforçando a urgência de medidas efetivas para a melhoria da saúde pública em Fortaleza.

Caminhos Para a Recuperação

Frente a toda essa crise, é vital que medidas urgentes sejam adotadas, não só para garantir a segurança e saúde dos pacientes, mas para apoiar os heróis que trabalham incansavelmente nos corredores do IJF. O futuro da saúde pública no Ceará depende de ações eficazes e rápidas.