Recentemente, um executivo da CrowdStrike, uma das principais empresas de cibersegurança global, abordou uma questão alarmante: seria o iOS realmente mais seguro que o Android? Esse questionamento surgiu após a descoberta do chamado "SparkCat", o primeiro vírus para iPhone que rouba informações sensíveis.

As suspeitas quanto à origem desse malware são intrigantes. A primeira teoria sugere uma infecção externa, onde os desenvolvedores de um aplicativo poderiam ter usado, inadvertidamente, uma biblioteca de códigos já comprometida. A segunda hipótese indica um ataque de cadeia de suprimento, onde cibercriminosos focam em produtos e serviços que possam ser utilizados para atingir suas vítimas, explorando vulnerabilidades.

Apesar de sua dificuldade em ser detectado, o SparkCat já foi encontrado em uma variedade de aplicativos, desde serviços de entrega até assistentes de inteligência artificial. O malware tem um objetivo claro: busca por frases mnemônicas, as mesmas que são frequentemente utilizadas para gerar chaves de recuperação de carteiras de criptomoedas. Isso levanta preocupações sérias, pois o malware parece destinado a roubar ativos digitais armazenados em casas de Bitcoin e outras criptomoedas.

Jeferson Propheta, vice-presidente da CrowdStrike, enfatiza que é um erro comum as pessoas salvarem fotos das suas chaves mnemônicas na galeria de imagens, uma prática que deixa a segurança deles extremamente vulnerável. Após a instalação do aplicativo infectado, o SparkCat solicita acesso às fotos do usuário, utilizando um módulo de reconhecimento óptico de caracteres (OCR) para identificar texto nas imagens. Se palavras-chave relacionadas a logins e senhas são detectadas, a informação é imediatamente enviada aos hackers.

Embora esse tipo de malware tenha sido amplamente observado em sistemas Android e Windows, a sua chegada ao iOS – um sistema geralmente considerado seguro – gera alarme no setor. A Apple sempre manteve um ecossistema fechado, o que historicamente tem proporcionado maior controle sobre os softwares que operam em seus dispositivos, resultando em um ambiente de maior segurança. Propheta destaca que esse controle rigoroso da Apple faz com que a qualidade do software seja aprimorada, ao contrário do Android, que apresenta mais vulnerabilidades devido à sua natureza mais aberta.

Vale ressaltar que a cibersegurança deve ser uma prioridade. Com o aumento das fraudes e os avanços dos criminosos digitais, é essencial que os usuários dos dois sistemas operacionais permaneçam atentos às práticas recomendadas de segurança, como a autenticação em dois fatores e a desconfiança em relação a aplicativos desconhecidos. Enquanto o debate sobre a segurança entre iOS e Android continua, o alerta sobre o SparkCat serve como um lembrete de que, independentemente do sistema, a prudência digital é indispensável.