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Lula garante: taxa de juros 'haverá de ceder' após sabatina de Galípolo

2024-10-08

Autor: Pedro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou na terça-feira (8) que o Brasil ainda enfrenta a maior taxa de juros do mundo, afirmando que ela "haverá de ceder". Essa declaração foi feita durante a sabatina de Gabriel Galípolo, escolhido por Lula para presidir o Banco Central do Brasil, diante da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

"Estou bastante otimista, pois a economia já mostra sinais de recuperação. A inflação está sob controle, a massa salarial está aumentando e o nível de emprego cresce", disse Lula, destacando também a proteção a pequenos e médios empresários.

As declarações de Lula ocorreram durante a cerimônia de sanção da nova lei do 'combustível do futuro' na Base Aérea de Brasília, uma iniciativa que promete balançar o setor energético nacional e estimular a economia.

Nesta mesma data, Gabriel Galípolo se submeteu à sabatina no Senado. Se aprovado, ele substituirá Roberto Campos Neto, cujo período à frente do Banco Central termina em dezembro. As críticas de Lula à administração de Campos Neto têm sido frequentes, especialmente em relação à controvérsia em torno das altas taxas de juros. O presidente também insinuou que Campos Neto tinha conexões políticas com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Galípolo, durante a sabatina, assegurou aos senadores que terá autonomia total para suas decisões. "Em todas as reuniões com o presidente Lula, ouvi de forma clara que minha atuação será livre e guiada prioritariamente pelo bem-estar do povo brasileiro", declarou.

Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, elevando-a de 10,5% para 10,75% ao ano — a primeira alta durante o atual mandato de Lula, mostrando assim uma postura contraditória em relação às declarações do presidente sobre a necessidade de redução das taxas.

COMBUSTÍVEL DO FUTURO

Além da questão econômica, Lula sancionou a lei do 'combustível do futuro', que estabelece um marco legal para a captura e armazenamento de CO2 (CCS) no subsolo. Essa legislação abrange a descarbonização do diesel, do combustível de aviação e do gás natural, beneficiando um dos setores mais críticos da economia brasileira.

A cerimônia contou com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff, que atualmente lidera o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como o Banco dos BRICS. O projeto, que visa aumentar a produção de biocombustíveis e investir em tecnologias de energia limpa, foi inicialmente aprovado pela Câmara dos Deputados em março, recebendo suporte do setor agrícola e da indústria petrolífera.

O governo anunciou que o novo marco regulatório poderia desbloquear investimentos agregados de até R$ 260 bilhões, criando assim oportunidades que promovem a geração de empregos e o respeito ao meio ambiente. Uma das demandas da nova lei é que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabeleça um percentual de mistura de diesel verde no diesel convencional, que pode variar de 13% a 25%.