Tecnologia

MicroStrategy Supera Bradesco com Acúmulo de Bitcoin no Caixa

2024-11-17

Autor: Carolina

A MicroStrategy, liderada por Michael Saylor, se tornou uma gigante no mundo corporativo ao optar por acumular Bitcoin em vez de manter uma reserva de dinheiro tradicional. Essa decisão audaciosa transformou a desenvolvedora de software em uma das empresas mais valiosas em termos de ativos financeiros.

Atualmente, a MicroStrategy possui um tesouro de Bitcoin avaliado em aproximadamente US$ 26 bilhões, superando não apenas gigantes como IBM, Nike e Johnson & Johnson, mas também o valor de mercado do Bradesco. Apenas algumas empresas, como Apple e Alphabet, conseguem se igualar ou superar os ativos mantidos pela MicroStrategy, demonstrando a força desta estratégia não convencional.

Saylor decidiu investir em Bitcoin em 2020, em um momento em que o crescimento da receita da MicroStrategy apresentava estagnação. Inicialmente, a empresa utilizou seu caixa para adquirir as criptomoedas, mas logo adaptou sua estratégia, utilizando a emissão e venda de ações, além de dívida conversível, para aumentar seu poder de compra. Esse movimento fez da MicroStrategy a maior detentora corporate de Bitcoin entre as empresas listadas na bolsa dos EUA.

Apesar do ceticismo que essa abordagem gerou entre especialistas em governança corporativa, muitos investidores a veem como uma maneira eficaz de se expor à valorização do Bitcoin sem a necessidade de se preocupar com carteiras digitais ou trocas de criptomoedas. Desde 2020, as ações da MicroStrategy tiveram um aumento impressionante de mais de 2.500%, enquanto o valor do Bitcoin subiu cerca de 700%. Recentemente, o Bitcoin alcançou um novo pico, sendo negociado a quase US$ 93.500.

Dave Zion, fundador do Zion Research Group, observa que o desempenho da MicroStrategy está diretamente ligado ao preço do Bitcoin, afirmando que "o balanço da empresa é uma função do preço da criptomoeda”. Para Saylor, essa estratégia é benéfica para os acionistas, que ainda podem ver valor gerado mesmo sem o pagamento de dividendos.

A MicroStrategy também inovou ao criar um indicador próprio chamado "Bitcoin yield", que mede a variação percentual entre suas participações em Bitcoin e o volume de ações diluídas. Neste ano, esse yield acumulado foi de 26,4%. Saylor comentou sobre a estratégia, dizendo que "muitas de nossas táticas envolvem capitalizar na volatilidade do Bitcoin, reinvestindo os lucros e oferecendo aos acionistas um BTC Yield".

Ele reafirmou o compromisso da empresa com essa estratégia, revelando planos para levantar US$ 42 bilhões nos próximos três anos. O custo de aquisição das participações da MicroStrategy em Bitcoin foi de aproximadamente US$ 11,9 bilhões, o que representa menos da metade do seu valor atual.

Analistas como Mark Palmer, da Benchmark, acreditam que não há motivo para a MicroStrategy mudar sua abordagem diante do crescente valor do Bitcoin. Outros como Lance Vitanza, da TD Cowen, também afirmam que a estratégia que começou como uma defesa de ativos de reserva evoluiu para um método proativo de geração de valor para os acionistas. A situação atual da MicroStrategy demonstra um exemplo claro de como a audácia e a inovação estão moldando o futuro das corporações na era digital. O que você acha disso? O sucesso da MicroStrategy pode inspirar outras empresas a seguir o mesmo caminho?