O presidente da Argentina, Javier Milei, revelou uma fratura em sua administração ao criticar abertamente sua vice-presidente, Victoria Villarruel. Durante uma entrevista ao respeitado jornal argentino La Nación, Milei não hesitou em afirmar que Villarruel está ‘próxima do círculo vermelho’, referindo-se à esquerda política do país, e declarou que a vice não exerce nenhum papel relevante no governo.

Milei enfatizou que Villarruel não participa das reuniões de gabinete e que a comunicação entre eles é restrita ao que é absolutamente necessário para cumprir suas funções. “Ela não tem nenhuma ingerência na tomada de decisões. Conversamos apenas sobre o que é preciso para cumprir nossos papéis”, disparou. As tensões entre eles levantam questões sobre a estabilidade de sua aliança política e a capacidade de governar eficazmente em um ambiente já caótico.

Além de criticar sua vice, Milei também lançou ataques à mídia, acusando-a de promover “a campanha mais suja da história” contra sua administração, especialmente ao envolver sua família nas tentativas de desgastar sua imagem. Ele se mostrou satisfeito com o crescimento das redes sociais, que segundo ele, têm proporcionado uma maior liberdade de expressão, quebrando o que chamou de “monopólio do microfone” exercido por alguns veículos de comunicação.

Milei afirmou que jornais e canais de TV tentam intimidar seus rivais e que a situação dos jornalistas mudou radicalmente com a ascensão das plataformas digitais, como Twitter, que, segundo ele, expõem mentiras instantaneamente. O presidente fez uma crítica contundente ao que considera a prostituição da informação por parte de alguns jornalistas, que, afirmou, deveriam ser responsabilizados por suas opiniões enviesadas.

Outro tema abordado por Milei foi o alarmante índice de pobreza na Argentina, que afeta mais da metade da população, ou cerca de 16 milhões de pessoas. Ele atribuiu essa crise à administração anterior, afirmando que o governo gastou irresponsavelmente, imprimindo dinheiro para cobrir um déficit que chegou a 13% do PIB.

“Isso foi um desastre. Para mim, é crime, mas não é tratado como tal. Emitir dinheiro deveria ser considerado falsificação”, declarou. Ele ainda fez um alerta sobre a escassez de produtos nos supermercados, ressaltando que mesmo com a presença de pesos, muitos itens da cesta básica estavam em falta, o que agrava ainda mais a situação da pobreza.

Com a Argentina enfrentando uma grave crise econômica e social, as palavras de Milei demonstram uma luta interna que pode impactar sua governança e a confiança da população em sua liderança. será que ele conseguirá unir seu governo ou a divisão aumentará ainda mais em meio a tantos desafios?