
Mudanças na Política Externa dos EUA: O Impacto que Pode Revolucionar o Mundo!
2025-04-01
Autor: Pedro
Cresci acreditando que os Estados Unidos eram o símbolo de liderança no mundo democrático e liberal. Este é o país que foi fundamental na reconstrução da Europa, oferecendo suporte em momentos críticos através de duas grandes guerras. Contudo, é chocante observar a transformação da política externa americana que vem ocorrendo recentemente. Embora os EUA ainda mantenham um papel influente na resolução de conflitos globais, parece que o país está se distanciando de seus aliados e de sua narrativa histórica, deixando um espaço aberto que pode ser rapidamente preenchido por outras potências.
As recentes taxas de tarifas impostas pelo governo dos EUA contradizem profundamente o que um país democrático e liberal deveria representar. O retrocesso é evidente. Quando o presidente Franklin Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill firmaram a Carta do Atlântico em 1941, eles enfatizavam a importância da cooperação econômica e da segurança internacional. De acordo com estudo da Organização Mundial do Comércio, esse tratado foi um passo inicial rumo às regras econômicas multilaterais que formaram a base da ordem econômica global pós-Segunda Guerra Mundial.
Na época, existia uma compreensão clara de que uma onda de protecionismo poderia provocar consequências econômicas desastrosas semelhantes às vividas na década de 30. Por isso, a busca por acordos de livre comércio foi considerada essencial para garantir o crescimento econômico. O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), que originou a Organização Mundial do Comércio em 1995, foi assinado em 1947, com o Brasil como um dos membros fundadores.
O impacto positivo do comércio internacional é amplamente reconhecido: ele aumenta o bem-estar social ao promover concorrência, diversificar a oferta de produtos e baixar os preços, resultando em maior renda real. Além disso, o comércio pode ajudar a equalizar salários entre países, servindo como uma alternativa viável à imigração. No entanto, a atual política americana parece estar indo na direção oposta, impondo restrições ao comércio e à imigração, o que pode trazer consequências prejudiciais à sua economia.
Por outro lado, acordos comerciais também têm potencial político. Eles podem criar laços entre países adversários, como demonstrado pela formação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço em 1951, precursor da atual União Europeia.
O Brasil está diante de uma oportunidade única para capitalizar sobre a nova configuração da política internacional. A ratificação do acordo de comércio com a União Europeia é um passo inicial fundamental. Além disso, o governo brasileiro deveria buscar negociar um acordo com os Estados Unidos que reduzisse tarifas sobre produtos americanos enquanto evita novos aumentos tarifários. Esse movimento não apenas fortaleceria as relações comerciais, mas poderia também abrir a porta para uma nova onda de imigração, essencial para revigorar a economia nacional. Como discuti em minha coluna "E se a imigração for a solução?", um influxo migratório tem o potencial de estimular grande dinamismo econômico. Para um país que está estagnado na armadilha da renda média há 40 anos, novas parcerias comerciais e um ciclo migratório renovado podem ser fundamentais para um crescimento sustentável e duradouro.