
Núcleo da inflação do consumo (PCE) nos EUA sobe 0,4% em fevereiro, superando expectativas
2025-03-28
Autor: Fernanda
O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos registrou um aumento de 0,4% em fevereiro em comparação a janeiro, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Departamento de Comércio do país.
As expectativas médias entre economistas consultados pela Reuters apontavam para uma alta de 0,3% mensal.
O índice PCE é o indicador preferido do Federal Reserve (Fed) para medir a inflação.
O índice total do PCE também teve uma alta de 0,3% em fevereiro, comparado a janeiro. No cálculo anual, o índice registrou uma elevação de 2,5%, que estava dentro das expectativas de profissionais de mercado, que previam um aumento de 0,3% para a taxa mensal e 2,5% na anual.
O Fed monitora de perto as métricas do PCE, tendo como meta uma inflação de 2%. Na semana passada, o banco central manteve inalterada sua taxa de juros, que varia entre 4,25% e 4,50%.
Os gastos dos consumidores nos EUA cresceram em fevereiro, impulsionados em parte pelos preços mais altos, o que levanta preocupações sobre um cenário econômico de crescimento lento e inflação elevada em um contexto de tensões comerciais em alta.
Os gastos, que representam mais de dois terços da atividade econômica, aumentaram 0,4%, após uma queda revisada de 0,3% em janeiro. Economistas consultados pela Reuters projetavam uma alta de 0,5%, após uma queda de 0,2% previamente relatada para o mês anterior.
Adicionalmente, a confiança entre empresas e consumidores mostrou sinais alarmantes de deterioração, aumentando os riscos de uma recessão, especialmente diante do temor de retaliações comerciais dos parceiros dos EUA. O déficit comercial expandiu-se consideravelmente, em grande parte devido ao aumento das tarifas comerciais que o governo destacava como uma forma de impulsionar a receita e revitalizar uma base industrial em declínio.
Os consumidores, prevendo um aumento nos preços, anteciparam seus gastos, em grande parte concentrando suas compras nos meses anteriores. O desaquecimento das compras, somado a condições climáticas adversas, impactou negativamente os gastos no início do ano.
Com o Produto Interno Bruto (PIB) projetado para o primeiro trimestre indicando uma taxa anualizada de 1,0%, as incertezas tomam conta do mercado. O crescimento no trimestre anterior foi de 2,4%.
À medida que o presidente Donald Trump se prepara para anunciar novas tarifas de retaliação, os analistas permanecem céticos quanto ao impacto positivo dessa estratégia no longo prazo, especialmente considerando que tarifas tendem a agravar a inflação nos tempos atuais.