Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, descobriram que o veneno de um sapo específico, conhecido como Bufo alvarius, contém uma substância poderosa chamada 5-MeO-DMT (5-metoxi-N,N-dimetiltriptamina). Essa substância possui propriedades alucinógenas que têm sido estudadas como potenciais alternativas no tratamento de condições psicológicas como ansiedade e depressão.

Um estudo destinado a avaliar os efeitos desta substância foi publicado no The American Journal of Drug and Alcohol Abuse e envolveu 362 adultos. Impressionantes 80% dos participantes relataram melhorias significativas em suas condições emocionais após a utilização do 5-MeO-DMT. Estas melhorias foram ligadas a experiências psicodélicas intensas e a uma maior valorização de sua espiritualidade e propósito de vida.

Segundo Alan K. Davis, um dos principais pesquisadores do estudo, os psicodélicos, quando usados em combinação com psicoterapia, podem ser muito eficazes para tratar transtornos como depressão e ansiedade. Um destaque do 5-MeO-DMT é sua curta duração de efeito, que varia de 30 a 90 minutos, em comparação com outras substâncias psicodélicas que podem durar de 7 a 8 horas. Essa particularidade torna o 5-MeO-DMT mais prático em sessões terapêuticas, que normalmente duram entre 60 e 90 minutos.

Atualmente, mais investigações estão sendo realizadas para entender melhor os efeitos a curto e a longo prazo do 5-MeO-DMT e sua habilidade em melhorar o humor de modo geral, ou se é mais eficaz para aqueles com depressão clínica específica.

Além desse estudo, outra pesquisa publicada na revista Nature também confirmou que o 5-MeO-DMT poderia estar associado a experiências de dissolução do ego, onde indivíduos relatam uma sensação de unidade com o universo. Essa sensação pode ser um fator importante nos efeitos antidepressivos duradouros associados ao uso de psicodélicos.

Esses avanços nas pesquisas sobre substâncias psicodélicas trazem uma nova esperança para milionários de pessoas que lutam contra a ansiedade e a depressão, doenças que, segundo a Organização Mundial da Saúde, afetam cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Com a crescente aceitação e estudos clínicos promissores, pode ser que estamos no limiar de uma revolução no tratamento da saúde mental.