Saúde

Ozempic: O que os políticos não te contaram sobre essa 'cura' milagrosa para a obesidade?

2024-10-03

Em uma recente entrevista ao EXTRA, o prefeito Eduardo Paes revelou como conseguiu emagrecer 30 quilos utilizando Ozempic, um medicamento originalmente prescrito para diabetes tipo 2. Durante sua fala, Paes mencionou um plano audacioso de disponibilizar o Ozempic na rede municipal de saúde, afirmando que 'O Rio vai ser uma cidade que não vai ter mais gordinho, todo mundo vai tomar Ozempic nas clínicas da família'.

A ideia de oferecer o medicamento nas clínicas populares gerou polêmica. Paes confirmou que já vinham sendo feitas negociações com a farmacêutica responsável para a compra do Ozempic. No entanto, ele ressaltou que, caso o medicamento seja incorporado ao SUS, será destinado somente a quem tiver prescrição médica: 'Ao quebrar a patente, prevista entre 2025 e 2026, a tendência é de uma redução drástica nos custos. Mas não podemos disponibilizar isso apenas para alimentar vaidades e sim para tratar condições de saúde'.

A declaração de Paes não passou despercebida. Seu adversário político, Ramagem, aproveitou a situação para criticar a falta de medicamentos essenciais nas clínicas da família, publicando um vídeo nas redes sociais onde a população reclama da escassez de remédios básicos, como dipirona e antibióticos. Uma mulher na gravação expressou a frustração: 'Estamos precisando de coisas simples, não de Ozempic'. Paes, no entanto, retrucou afirmando que não há falta de medicamentos na rede.

Tarcísio, outro politico, fez questão de criticar a afirmação de Paes, chamando-a de 'desrespeito à diversidade de corpos' e um 'incentivo à gordofobia'. Para ele, a cidade deveria se concentrar em melhorar a vida das pessoas gordas, investindo em clínicas da família com estrutura apropriada para acolhê-las.

Neste contexto, especialistas alertam para o uso indiscriminado de medicamentos como o Ozempic, que deve ser utilizado com responsabilidade e sob orientação médica, já que a medicação pode ter efeitos colaterais e não é uma solução mágica para a obesidade. Enquanto isso, a indústria farmacêutica brasileira está se mobilizando para lançar versões genéricas mais acessíveis do medicamento, com preços que podem variar de 15% a 60% inferiores aos atuais, onde o custo do Ozempic ultrapassa R$ 1.000.

A discussão sobre a saúde pública e o acesso a medicamentos continua a ser um tema quente nas redes sociais e na política, levantando questões sobre como as autoridades devem abordar a obesidade e como garantir que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados de saúde adequados. Prepare-se para um futuro onde medicamentos mirabolantes se tornam o foco da política de saúde no Brasil, mas será que isso realmente resolve os problemas ou apenas desfoca a atenção de questões mais urgentes?