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Papa Francisco exige investigação sobre possíveis genocídios das ações de Israel em Gaza

2024-11-17

Autor: Mariana

O Papa Francisco, durante sua audiência semanal na Praça São Pedro no Vaticano, em 8 de maio de 2024, fez um apelo contundente para que se realize uma investigação sobre os ataques de Israel à Faixa de Gaza, questionando se esses atos podem ser classificados como genocídio.

"De acordo com alguns especialistas, o que está ocorrendo em Gaza apresenta características que podem ser atribuídas a um genocídio. Precisamos investigar com seriedade para verificar se essa situação se encaixa na definição técnica estabelecida por juristas e organismos internacionais", enfatizou o pontífice em trechos do seu novo livro com entrevistas, intitulado "A esperança nunca decepciona. Peregrinos rumo a um mundo melhor". O livro, escrito por Hernán Reyes Alcaide, será lançado na próxima terça-feira, em um momento em que o Papa se prepara para o Jubileu de 2025, que deve atrair mais de 30 milhões de peregrinos a Roma.

Essa declaração marca a primeira vez que Francisco pede publicamente uma investigação sobre as alegações de genocídio relacionadas às ações de Israel em Gaza. Anteriormente, em setembro, ele já havia denunciado os ataques israelenses tanto em Gaza quanto no Líbano como "imorais" e desproporcionais, destacando que as forças israelenses ultrapassaram os limites da ética na condução de conflitos.

A situação em Gaza é alarmante, com o conflito intensificando-se desde o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.200 israelenses e na captura de aproximadamente 250 reféns, muitos dos quais ainda permanecem sob custódia em Gaza. Em resposta, Israel lançou uma operação militar que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, resultou em mais de 43 mil mortes, incluindo um número alarmante de mulheres e crianças.

Embora Israel negue as acusações de genocídio, afirmando que suas operações visam exclusivamente membros do Hamas, a crise humanitária gerou uma onda de denúncias em tribunais internacionais. O país enfrenta uma investigação pela Corte Internacional de Justiça em Haia, que investiga se as ações do exército israelense constituem "atos genocidas contra os palestinos".

Além disso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, entre outras autoridades israelenses e do Hamas, enfrentou um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), com base em supostas responsabilidades por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, conforme divulgado em maio.

No ano passado, em um gesto polêmico, o Papa Francisco encontrou-se com familiares de reféns israelenses em Gaza e palestinos afetados pela guerra, usando termos como "terrorismo" e, para os palestinos, "genocídio", que normalmente são evitados por diplomatas da Santa Sé. Após essas reuniões, ele expressou sua preocupação com o sofrimento tanto dos israelenses quanto dos palestinos, em um contexto marcado por negociações de um acordo de reféns e uma breve pausa nos combates.

Recentemente, Francisco reuniu-se com uma delegação de reféns israelenses já libertados e suas famílias, que continuam a pressionar pela libertação dos reféns que ainda estão em cativeiro. Com essas iniciativas, o Papa parece determinado a promover não apenas o diálogo, mas também um chamado urgente à responsabilidade no atual cenário de crise.