Nação

Por Que 1,3 Milhão de Famílias Ainda Vive na Pobreza Apesar do Bolsa Família?

2025-03-06

Autor: Lucas

Um estudo recente da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), ligada ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, revelou que 1,3 milhão de famílias no Brasil continua vivendo abaixo da linha de pobreza, o que equivale a R$218 per capita, mesmo recebendo benefícios sociais como o Bolsa Família.

Esses dados inquietantes fazem parte do 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que abrange o período de 2025-2027 e responde ao agravamento da insegurança alimentar que afetou 33 milhões de brasileiros em 2022. O plano busca garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) por meio de estratégias que envolvem várias áreas do governo.

É importante ressaltar que, desde sua criação em 2003, o Bolsa Família já ajudou 93% das 18,1 milhões de famílias que participaram do programa a saírem da pobreza, segundo informado pelo governo. Apesar disso, a pressão econômica, especialmente o aumento vertiginoso dos preços dos alimentos, continua a afetar profundamente a renda das famílias em situação vulnerável, dificultando o acesso a uma alimentação digna e adequada.

Em 2022, os alimentos tiveram um aumento de 7,7% em comparação ao ano anterior, conforme dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse cenário alarmante leva a uma repercussão direta nas condições de vida de milhões de brasileiros.

O Bolsa Família foi idealizado no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e tinha como objetivo garantir uma renda mínima para as famílias mais pobres. Segundo o Banco Mundial, uma pessoa é considerada em situação de extrema pobreza se sua renda é inferior a R$ 209. Já aqueles que vivem com menos de R$ 655 mensais se encontram na pobreza.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, cerca de 8,7 milhões de pessoas conseguiram sair da linha da pobreza, o que representa 27,3% da população total. Entretanto, o fato de 1,3 milhão de famílias ainda estar em situação precária, mesmo com os benefícios do programa, mostra que os desafios permanecem.

A Caisan aponta que essa situação é exacerbada pela elevação dos custos dos alimentos, que restrige o poder de compra das famílias. "A pressão de outros gastos sobre o orçamento das famílias pobres, limitando a renda disponível para a compra de alimentos, é uma das causas da persistência da insegurança alimentar", afirma o estudo.

Em resposta a essa crise, o presidente Lula se reunirá com ministros para discutir estratégias que possam frear os altos preços dos alimentos, em um movimento que visa melhorar a situação atual e reverter a desaprovação descoberta em pesquisas recentes.