Putin confirma que sistema antiaéreo estava ativo durante queda de avião Embraer no Cazaquistão e pede desculpas pelo 'incidente trágico'
2024-12-28
Autor: Gabriel
Turbulência nas relações internacionais: Conflitos globais moldam a aviação e suas rotas.
Após o acidente com um avião da Embraer, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma conversa telefônica com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, admitiu que o sistema de defesa aérea da Rússia estava em operação no momento da queda. "O avião comercial tentou aterrissar repetidas vezes em Grosny. Enquanto isso, as cidades de Grosny, Mozdok e Vladikavkaz estavam sob ataque de drones ucranianos, e a defesa aérea russa teve que repelir esses ataques". Putin não esclareceu se o avião foi atingido por mísseis.
Aliev mencionou que o avião da Azerbaijan Airlines foi objeto de “interferência física e técnica externa”. A presidência do Azerbaijão divulgou um comunicado afirmando que os múltiplos danos na fuselagem do avião e os ferimentos de passageiros e tripulantes confirmam as suspeitas de interferências externas.
O acidente ocorreu quando o avião, que transportava 67 pessoas e fazia o trajeto de Baku para Grosny, desviou de sua rota original e caiu no Cazaquistão. Quase 38 pessoas perderam a vida. Relatórios do Flightradar24 indicaram que o avião sofreu “severas interferências de GPS”, o que resultou na transmissão errônea de dados. Essa não é a primeira vez que a Rússia é acusada de interferir em sistemas de navegação na região.
Moscou comumente utiliza tecnologia de interferência para se proteger contra ataques, como o recente ataque de drones. O diretor da Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia, Dmitry Yadrov, confirmou que o aeroporto estava sob ataque quando o piloto buscava pouso.
A Azerbaijan Airlines anunciou a suspensão temporária de voos para dez cidades russas após o acidente e confirmou que a segunda caixa-preta do avião foi localizada. A expectativa é que essas caixas-preta ajudem a elucidar as causas do trágico acidente.
Em uma coletiva à imprensa, o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, afirmou que é prematuro fazer comentários até que a investigação esteja concluída. O deputado azerbaijano Rasim Musabekov confirmou que uma investigação está em andamento para determinar se a queda foi causada por ações da defesa antiaérea russa ou se outras circunstâncias estiveram em jogo. Imagens e vídeos do local mostram danos na fuselagem que podem ser indicativos de um ataque aéreo.
Enquanto isso, o governo dos EUA também indicou que possui informações que sugerem que o avião pode ter sido derrubado por sistemas de defesa russos, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu uma investigação minuciosa, indicando que evidências visuais aponta para a responsabilidade da Rússia.
A gravidade dessas acusações imediatamente trouxe à mente o trágico incidente do voo MH17, abatido na Ucrânia em 2014. Na época, um mísseis russo foi responsabilizado pela queda, levando a investigações internacionais e à criação do Sistema de Alerta de Zona de Conflito da União Europeia, que visa prevenir tais tragédias no futuro.
Diante das repercussões, o Azerbaijão insistiu em que a investigação fosse conduzida por um grupo internacional de especialistas, ao invés de autoridades russas, garantindo que a busca pela verdade seja imparcial e clara. A tensão geopolítica aumenta à medida que as consequências desse desastre aéreo ainda estão se desenrolando, e o mundo observa atentamente.