'Retrospectiva' 2025: O que realmenete 'aconteceu' neste ano surpreendente
2025-01-02
Autor: Julia
O ano de 2025 começou envolto em um pessimismo generalizado acerca da economia brasileira. Contudo, os resultados reais dos principais indicadores econômicos, mesmo que piores do que em 2024, superaram as projeções pessimistas de muitos analistas.
Os dados mostraram um PIB (Produto Interno Bruto) crescendo 2,8%, acima da expectativa de 2%. A inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), encerrou o ano em 4,7%, marcando uma desaceleração em relação às previsões que apontavam para 5%. O dólar também apresentou uma cotação melhor do que a esperada, fechando o ano em R$ 5,50, em comparação com a estimativa de R$ 5,96.
Atividade Econômica: O Calor do Agro e da Indústria
Nos primeiros meses do ano, a atividade econômica mostrou-se aquecida, impulsionada principalmente pela agropecuária e pela indústria extrativista, como petróleo e minério de ferro. O real desvalorizado contribuiu para um aumento nas exportações, beneficiando esses setores. Inicialmente, o crescimento de 2024 ainda reverberou positivamente, mas a partir do segundo semestre, as tensões começaram a aparecer, com uma desaceleração visível da atividade.
O mercado de trabalho apresentou uma leve retração, com a taxa de desemprego alcançando 6,7% no final do ano, o que ainda representa níveis confortáveis para a manutenção do consumo e atração de investimentos.
Inflação: Alta, mas Controlada
A inflação não deixou de ser uma preocupação no início do segundo semestre, atingindo picos de 5,5%. No entanto, esse aumento foi seguido por uma queda, resultando em um fechamento em 4,7% ao final do ano. Consultores erraram nas previsões, esperando uma inflação mais alta. A ausência de choques de oferta significativos, especialmente na agricultura, foi um fator fundamental nesse cenário, a exemplo dos problemas climáticos enfrentados em 2024.
Impacto Internacional e o Dólar
A economia americana também apresentou resultados interessantes, com Donald Trump implementando algumas promessas de campanha, mas sem os impactos extremos que se temia. As tarifas de importação afetaram em grande parte produtos chineses, enquanto a economia se manteve surpreendentemente robusta, com crescimento de 2,5% e uma taxa de desemprego baixíssima a 4%. A postura do governo Trump manteve o dólar em uma posição que não comprometeu a competitividade das exportações americanas.
No Brasil, o Banco Central foi capaz de iniciar um ciclo de cortes na taxa Selic, que atingiu picos de 14,75% antes de uma moderada redução devido ao desdobramento dos eventos econômicos globais. O cenário fiscal no Brasil, no entanto, continuou a apresentar desafios, com um déficit primário que permaneceu preocupante, alcançando um valor um pouco abaixo de 0,5% do PIB.
O Que Esperar Para 2026?
Assim, o ano de 2025 não trouxe o colapso previsto nem o início de um ciclo sustentado de crescimento. A economia se sustentou, mas os próximos passos serão cruciais, especialmente considerando as eleições de 2026 que estão por vir. Os especialistas mantêm um olhar cauteloso, pois o cenário é propenso a incertezas e, quem sabe, oportunidades. O que começamos a questionar agora é: qual será o futuro da economia brasileira frente a novos desafios globais e internos? Fica a expectativa para um novo ano que promete ser decisivo.