Alerta Vermelho: A Epidemia de Acidentes com Patinetes Elétricas está Atingindo o Brasil!
2024-12-16
Autor: Pedro
Na última semana, um estudo publicado na revista médica Injury Prevention trouxe à luz um preocupante aumento no número de feridos em acidentes com patinetes elétricas nos Estados Unidos. O levantamento aponta que o número de lesões triplicou desde 2019, quando os patinetes compartilháveis começaram a surgir em diversas cidades americanas.
A situação não é diferente no Brasil, onde as patinetes elétricas voltaram a ser uma opção de transporte em cidades como São Paulo, que presenciou um renascimento dessas modalidades de mobilidade urbana. Contudo, o crescimento no uso vem acompanhado de um aumento nos índices de acidentes. De acordo com o estudo liderado pelo epidemiologista Edwin Akomaning, foram registrados 3.700 atendimentos de pronto-socorro relacionados a esses veículos.
Com a ascensão das e-scooters, uma análise estatística sugere que aproximadamente 280 mil acidentes ocorreram nos EUA em quatro anos, muitos deles graves. Um dado alarmante é que 9% desses acidentes envolveram usuários que haviam consumido álcool. Esse perfil de riscos é preocupante, especialmente em um país como o Brasil, onde a cultura da bebida e direção irresponsável pode se refletir no uso de veículos elétricos.
O estudo também analisou acidentes com bicicletas elétricas, constatando que elas são significativamente mais seguras, representando apenas 8% do total de incidentes em comparação com os patinetes. Os pesquisadores atribuem isso ao menor diâmetro das rodas das patinetes, que, juntamente com a velocidade, contribui para um risco maior de quedas e ferimentos.
Por outro lado, com o crescimento do número de patinetes nas ruas, surgem outras preocupações. De acordo com dados de um estudo italiano envolvendo mais de 5.000 pacientes, as lesões mais comuns entre usuários de patinetes são nos membros superiores (31,8%), seguidas por lesões na cabeça (19,5%). Alarmantemente, apenas 3,9% dos usuários usavam capacete, aumentando o risco de lesões graves.
Embora o foco dos estudos seja frequentemente entender o perfil das lesões, muitos especialistas questionam a falta de regulamentação clara sobre o uso das patinetes. Muitos ciclistas não têm certeza se pilotar patinetes sob efeito de álcool ou sem capacete é permitido. Essa falta de entendimento pode ser fatal.
Os médicos sugerem que pode haver uma percepção equivocada de que as patinetes são menos perigosas que as bicicletas devido à sua velocidade e tamanho. No entanto, quedas podem ser graves dado que o usuário não mantém o mesmo contato com o veículo. Um caso particular envolveu um jovem ferido ao colidir com uma sarjeta a 25 km/h, resultando em uma fratura do fêmur, um tipo de lesão rara entre os jovens.
Por conta de relatos crescentes de acidentes, várias cidades pelo mundo, incluindo algumas no Brasil, vêm implementando regras de segurança mais rigorosas. Em Queensland, Austrália, foi introduzido um limite de velocidade de 25 km/h para patinetes, além de restrições para menores de idade. No entanto, uma pesquisa em um hospital de Brisbane revelou que, após a implementação da nova legislação, o número de feridos aumentou de 162 para 217, indicando que a prevenção de acidentes pode ser mais complexa do que se imaginava.
É imperativo que as cidades brasileiras adotem uma abordagem proativa, protocolando regras de uso responsáveis e investindo em campanhas educativas sobre segurança no trânsito. As e-scooters podem ser uma alternativa de transporte sustentável, mas sem regulamentação e conscientização, o potencial para acidentes e ferimentos graves continuará a crescer. É hora de agir antes que a epidemia de acidentes com patinetes elétricas chegue às nossas portas!