Nação

Após 'caso Carrefour', Lula garante que franceses 'não apitam mais nada' e busca fechar acordo Mercosul-UE até o fim do ano

2024-11-27

Autor: Matheus

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua determinação em concluir o tão esperado acordo entre o Mercosul e a União Europeia, uma negociação que se arrasta há décadas. Ele afirmou que a oposição dos franceses, que têm se posicionado contra o acordo, não tem mais peso nas decisões. "Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada. Quem realmente decide é a Comissão Europeia. E Ursula von der Leyen está interessada em fechar o acordo, e eu pretendo assinar isso ainda este ano", declarou.

A recente polêmica envolvendo a rede de supermercados Carrefour, que se manifestou contra a compra de carne do Mercosul, provocou uma onda de indignação no setor agropecuário brasileiro. A empresa, tentando proteger os produtores franceses, afirmou que não compraria mais carne sul-americana, levantando dúvidas sobre a qualidade do produto. Essa decisão gerou reações de pecuaristas brasileiros, que ameaçaram cortar relações comerciais com a rede. Após muitos descontentamentos, o Carrefour teve que se retratar e anunciou que as compras seriam mantidas.

Esse episódio gerou um movimento crescente contra o acordo comercial na França. Durante uma sessão na Assembleia Nacional, deputados expressaram sua insatisfação com a carne do Mercosul, especialmente a brasileira. O deputado Vincent Trébuchet lamentou a situação, afirmando que os agricultores franceses buscam salvaguardar suas vidas e o valor de seus produtos.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo governo francês em relação ao tema, o governo brasileiro mantém a esperança de que os ajustes necessários ao acordo poderão ser finalizados até dezembro. Lula também enfatizou a importância de diversificar os mercados para os produtos brasileiros, anunciando uma viagem programada para março de 2025 ao Japão e Vietnã com empresários.

Além disso, o presidente abordou a relação do Brasil com os Estados Unidos, sob a possível volta de Donald Trump ao governo americano. Lula afirmou que irá buscar um fortalecimento da economia brasileira sem entrar em discordâncias com a liderança norte-americana, destacando que os interesses soberanos de ambos os países devem convergir.

Por fim, Lula expressou sua desaprovação com relação à taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 11,25% ao ano. Ele questionou a lógica por trás dessa taxa, considerando que a inflação está controlada e o país apresenta indicadores positivos, como crescimento econômico e queda do desemprego.