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Fubangas: O Renascimento do Empoderamento Feminino na Cultura Pop Brasileira

2024-11-19

Autor: Mariana

Na recente transformação da cultura pop, surge com força o movimento conhecido como fubangacore, que desafia estigmas e celebra a diversidade e o empoderamento das mulheres. Entre os principais ícones desse movimento estão a famosa cantora Anitta, que sempre quebra barreiras, e a icônica personagem Roxelle, da novela 'Volta por Cima', interpretada por Isadora Cruz. Com seus figurinos exuberantes e ousados, Roxelle representa uma nova geração de mulheres que abraçam sua identidade e desejam ser valorizadas pelo que realmente são.

— A fubanga desafia padrões estéticos convencionais — afirma Marcela, representante do fubangacore. — Este movimento está conquistando cada vez mais espaço online porque permite que as mulheres se expressem da maneira que escolherem, empoderando-se sem se preocupar com o que os outros pensam. Eu mesma construí minha trajetória com autenticidade, e agora, quero expressar isso em cada peça de roupa que uso.

Dentre as precursoras desse conceito, Marcela menciona personalidades como a cantora britânica Charli XCX e a atriz Julia Fox, que promovem a ideia de que a verdadeira beleza está na aceitação da própria individualidade. No Brasil, as 'periguetes' das novelas dos anos 2000, como Bebel de 'Paraíso Tropical' e Lurdinha de 'Salve Jorge', ajudaram a pavimentar esse terreno, expressando através de seus estilos opulentos o que significa celebrar o corpo e a autoestima.

A renomada figurinista Natália Duran, que trabalhou na criação dos looks dessas personagens, teve um papel crucial nesse movimento cultural. Desde a popularização dos shorts jeans com a Babalu, na novela 'Quatro por Quatro', até os looks atuais de Roxelle na novela mencionada, Natália tem sido uma força significativa na redefinição do que é ser uma mulher 'fubanga' no Brasil.

— Muitas novelas revisitaram esse estilo, mas nunca da mesma forma — ressalta Natália. — A autenticidade de cada fubanga é o que a torna especial. Essa estética é, sem dúvida, uma celebração da cultura latino-americana, que se traduz em cores, formas e uma variedade de estilos que refletem a essência das mulheres brasileiras.

Recentemente, o estilo fubanga ganhou ainda mais visibilidade com o lançamento do novo single 'Intocável' da cantora Monik da Moda. A música, que fala sobre a confiança feminina, tornou-se um hino de autoaceitação. Monik, que também é estudante de moda, explicou que o fubangacore surgiu como uma resposta ao movimento da 'clean girl', que tinha dominado as tendências anteriores com sua estética minimalista e fria.

— Havia um desgaste em busca de uma perfeição irrealista que a 'clean girl' representava — afirma Monik. — A fubanga é sobre abraçar suas imperfeições e ficar bem com isso. É uma celebração da vida e da mulher que não tem medo de se mostrar.

A discussão em torno da fubanga não é apenas uma questão estética, mas também um importante debate sociocultural. Para a analista de moda Paula Accioly, a fubanga representa uma atualização de estilos das décadas de 2000 e 2010, trazendo de volta a estética vibrante da cultura pop daquela época e misturando-a com novas narrativas de empoderamento. Essa mistura de influências proporciona um novo olhar sobre o passado, levando ao que hoje é considerado moderno e descolado.

Apenas começando a ser reconhecida como um movimento significativo, a fubanga mostra que a moda pode (e deve) ser um meio de expressão poderoso, refletindo as idiossincrasias e a força das mulheres contemporâneas, que se recusam a se encaixar em moldes pré-estabelecidos. A trajetória do fubangacore nas redes sociais e sua evolução nas narrativas de entretenimento são prova de que a autoaceitação e a autenticidade continuam a conquistar o coração dos brasileiros, e a história está apenas começando.