
Jovem de Medicina da USP Que Desviou R$ 1 Milhão e Está em Busca de Registro Médico Passará por Exame Psicológico
2025-03-20
Autor: Lucas
A história de Alicia Dudy Muller Veiga, uma ex-aluna de medicina da USP, ganhou novos contornos após sua condenação por desviar quase R$ 1 milhão da comissão de formatura do curso. Recentemente, a juíza Adriana Costa, da 32ª Vara Criminal de São Paulo, determinou que ela se submetesse a exames psicológicos, em resposta a um pedido do Ministério Público de São Paulo (MP/SP).
Alicia, que já conseguiu seu registro como médica no CRM (Conselho Regional de Medicina), é acusada de tentar minimizar sua responsabilidade pelo crime alegando problemas psiquiátricos. Essa situação levantou alarmes entre as autoridades, que questionam sua capacidade de exercer a profissão de forma ética e segura, uma vez que, enquanto tentava se respaldar em questões de sanidade mental, acumulava experiências médicas como se nada estivesse errado.
A juíza, em seu despacho, enfatizou a importância da transparência nos procedimentos judiciais e retirou o sigilo do caso, destacando que a publicidade deve prevalecer na justiça.
A defesa de Alicia alega que ela enfrenta transtornos que podem comprometer sua responsabilidade criminal, no entanto, o promotor Vagner dos Santos Queiroz contestou essa argumentação. Para ele, o fato de Alicia ter conseguido seu registro e estar atuando como médica contradiz suas alegações de insanidade. "Se ela realmente possui problemas psiquiátricos sérios, como pode exercer a medicina?", questionou o promotor.
O MP também pediu confirmação ao CRM sobre o registro da acusada e que a questão da aptidão psicológica e psiquiátrica para a prática da medicina fosse incluída no exame pericial.
Por precaução, a Promotoria encaminhou documentos ao CRM relatando os supostos transtornos de Alicia. O MP ressaltou que ignorar tais alegações seria irresponsável, uma vez que, se os problemas são reais, é crucial que o Conselho de Medicina esteja ciente para preservar a segurança da população que poderia ser atendida pela médica.
Alicia foi condenada em julho de 2024 a cinco anos de reclusão em regime semiaberto por estelionato continuado e deve ressarcir suas vítimas no valor equivalente ao que desviou. Em um esquema que a mesma elaborou, foi presidente da comissão de formatura e desviou os recursos sem que seus colegas soubessem, utilizando o dinheiro em benefício próprio.
Além disso, em abril de 2024, Alicia se tornou ré em outra ação criminal, desta vez sendo acusada de desviar R$ 192,9 mil de uma lotérica em São Paulo. As acusações surgiram após a constatação de que manipulações em suas apostas resultaram em grandes prejuízos, levando a um aprofundamento nas investigações sobre seu comportamento.
Esse caso não só levanta questões sobre a ética na prática médica, mas também alerta para a necessidade de uma supervisão mais rigorosa no registro e acompanhamento de profissionais de saúde, especialmente aqueles que, como Alicia, têm um histórico de desvio moral e financeiro.