Introdução

Uma clínica de estética em Goiânia (GO), de propriedade de Karine Gouveia e seu marido Paulo Cesar Dias Gonçalves, está no centro de uma investigação após 60 pacientes denunciarem lesões decorrentes de procedimentos estéticos. A clínica, que é conhecida por seu perfil luxuoso e atrativo, teve seu funcionamento suspenso após as rígidas ações da Polícia Civil, que resultaram na prisão dos proprietários há um mês.

Investigação e Denúncias

De acordo com o delegado Daniel Oliveira, essa não é uma situação isolada, já que foram registrados casos de pacientes de outros estados e até do exterior, todos atraídos pela promessa de tratamentos estéticos revolucionários. Muitos destes pacientes relataram complicações sérias e deformaçōes após os procedimentos.

Defesa dos Proprietários

A defesa de Karine e Paulo César refutou as acusações, alegando que a prisão é “absolutamente ilegal” e que eles são alvo de uma condenação pública antecipada. A defesa também sugere que é essencial examinar cada caso individualmente, uma vez que alguns pacientes não seguiram as recomendações pós-procedimentos.

Depoimentos das Vítimas

Diversas vítimas têm compartilhado suas experiências traumáticas. A psicóloga Vânia Maria da Silva Ribeiro, de 45 anos, declarou ter investido R$ 18,1 mil em procedimentos que supostamente usavam ácido hialurônico, mas que na verdade foram realizados com óleo de silicone, resultando em complicações graves. “Acreditei nas promessas e acabei com os olhos deformados”, lamentou Vânia.

Outros pacientes, como o empresário Marcelo Campos de Oliveira e a advogada Wellika do Nascimento Silva, relataram feridas e deformações em procedimentos nas regiões do nariz. Eles gastaram R$ 8 mil e R$ 5 mil, respectivamente. “Eu me sinto massacrada, tanto em termos emocionais quanto financeiros”, disse Wellika.

Responsáveis Técnicos

Os responsáveis técnicos pela clínica, incluindo um dentista e uma biomédica, também foram presos, porém liberados sob medidas cautelares. O dentista revelou em depoimento que foi contratado sob condições enganosas e que não possuía as qualificações necessárias para realizar os procedimentos. A biomédica, por sua vez, indicou uma política da clínica que priorizava a realização de novas cirurgias diante de complicações ao invés de reembolsos aos pacientes.

Práticas Estéticas e Legislação

Isso levanta questões alarmantes sobre a prática de procedimentos estéticos sem a supervisão adequada. A investigação revela que Karine Gouveia conduzia operações invasivas como rinoplastias e lipoaspirações, muitas vezes sem os exames necessários e sem as condições adequadas de procedimento.

Conclusão

Com a crescente demanda por procedimentos estéticos e a popularização das influências nas redes sociais, é urgente discutir a regulamentação e a segurança dessas práticas no Brasil. Muitas das vítimas alertam: "Procuramos a beleza, mas o que encontramos foi trauma". A comunidade aguarda ansiosamente os desdobramentos do caso e as possíveis punições aos responsáveis.