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Ibovespa se mantém estável: WEG e Itaú desbancam pressão das commodities

2024-10-15

Autor: Fernanda

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a terça-feira com uma leve alta de 0,03%, alcançando 131.043,27 pontos. Este resultado foi sustentado pelo forte desempenho das ações do Itaú (ITUB4) e da WEG (WEGE3), que ajudaram a contrabalançar a pressão negativa das blue chips Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), que sofreram perdas diante da queda nos preços do minério de ferro e do petróleo no mercado internacional.

Durante a sessão, o índice flutuou entre 130.199,82 pontos, sua mínima, e 131.456,51 pontos, a máxima. O volume financeiro foi robusto, totalizando R$ 20,22 bilhões.

A analista de renda variável Bruna Sene, da Rico, acredita que as expectativas em relação à iminente temporada de balanços do terceiro trimestre no Brasil impulsionaram a confiança dos investidores. Notórias notícias sobre a contenção de gastos por parte do governo também contribuíram para o “bom humor” no mercado, segundo observou.

O banco Itaú BBA projetou que os resultados corporativos possam ser “leves positivos”, com uma expectativa de aumento nas margens. "A comparação com o trimestre anterior deve mostrar um lucro líquido em crescimento, mas com receitas e EBITDA crescendo em um ritmo mais suave", comentaram os analistas liderados por Daniel Gewehr.

O Ibovespa conseguiu se manter acima do nível crítico dos 130 mil pontos, considerável suporte no cenário atual. No entanto, há quem enxergue o copo meio vazio. Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante Investimentos, afirmou que somente 15 ações estão em alta desde a máxima histórica do índice, alcançada em 28 de agosto.

Cozzolino também manifestou medidas cautelosas diante do panorama político, uma vez que a expectativa em torno das notícias sobre os planos de redução de gastos ainda não se traduziram em mudanças significativas.

No exterior, as ações nos Estados Unidos fecharam em queda, com o S&P 500 apresentando um declínio de 0,76%. Os investidores aguardam ansiosamente os resultados corporativos na maior economia do mundo. O rendimento do Treasury de 10 anos caiu para 4,0356%, após ter fechado a véspera em 4,0730%.

Dentre os destaques do dia:

– VALE ON (VALE3) teve uma queda de 1,23%, acompanhando a desvalorização dos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian, com o contrato para janeiro fechando a 791,5 iuanes (cerca de 111,26 dólares) a tonelada. Vale divulgará seu equilíbrio de vendas e produção do terceiro trimestre nesta terça-feira, após o fechamento do mercado.

– PETROBRAS PN (PETR4) caiu 0,82%, enquanto PETROBRAS ON (PETR3) viu uma queda de 1,14%. Isso se deu em decorrência da forte diminuição nos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent despencou 4,14%, para 74,25 dólares. Outras petrolíferas também sofreram, como PRIO ON (PRIO3) com um recuo de 0,3% e BRAVA ENERGIA ON (BRAV3) com -0,46%.

– As ações da WEG ON (WEGE3) avançaram expressivos 2,71%, atingindo a máxima histórica de 56,53 reais, o que fez dela uma das principais responsáveis pela alta do Ibovespa. A WEG deve divulgar seus resultados do terceiro trimestre em 30 de outubro.

– ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) subiu 1,15%, solidificando sua posição como um dos principais suportes para o índice. BRADESCO PN (BBDC4) e SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) também tiveram desempenhos positivos, com aumentos de 0,87% e 0,1%, respectivamente. Em contraste, BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) registrou uma leve queda de 0,19%.

– LWSA ON (LWSA3) se destacou com uma valorização de 4,22%, marcando sua segunda alta consecutiva seguindo mudanças na administração, incluindo o anúncio de Rafael Chamas Alves como novo CEO a partir de fevereiro de 2025.